julho 25, 2006

Schwarzenegger

Ontem recebi um telefonema da Amnistia Internacional para validar a minha continuação na colaboração com esta entidade. Este telefonema fez-me "perder" algum tempo a ler o que realmente tenho contribuído nos últimos tempos. Esta pesquisa levou-me a Stanely Williams e daí ao meu "herói" de infância Arnold Schwarzenegger.
Desde pequeno que via o Schwarzenegger como um modelo, um tipo que praticamente veio do nada e conseguiu chegar onde chegou. Primeiro conseguiu construir o corpo que o levou a ser Mister Universo por diversas vezes, não que o interesse seja pelo corpo tipo salsicha com hematomas, mas sim pela força de vontade que requer para chegar a esse ponto. Depois o percurso que levou no cinema. Desde filmes como "Hercules em Nova York", tipo série z (z minusculo), até filmes de grande produção (pelo menos a nível monetário). Também aqui o que interessa não é propriamente o tipo de actor, mas o caminho que percorreu para lá chegar e a sua força de vontade.
Depois comecei a ler um pouco mais sobre este meu idolo de infância e comecei a perceber que afinal o homem é só mesmo feito de musculos e, qual playmate insuflada, serviu-se disso para chegar onde chegou.
O restinho de consideração que ainda tenho por este individuo desmoronou-se quando a AI me enviou a newsletter a pedir que anulassem a execução de Stanely Williams. Stanely William era um membro de um gang que acabou no corredor da morte por ser acusado da morte de 4 pessoas durante um assalto, apesar de sempre se ter declarado inocente e nenhuma das provas apresentadas tivessem sido conclusivas.
Ao ser preso inicia então um trabalho, que como o próprio explica, é dirigido aos mais jovens, pois são estes os que necessitam de algum modelo em que se possam inspirar e são aqueles que ainda podem fugir aos caminhos que ele próprio percorreu. Em 1996, lança a série de Livros Tookie Speaks Out Against Gang Violence dirigido aos jovens do ensino básico e, em 1998, o livro Life in Prison. Ambas as obras são dirigidas a jovens, procurando desencorajá-los da vida em gangs e nas ruas, mostrando as consequências da violência. O livro Life in Prison procura descrever a angústia de um condenado à morte, desmistificando a vida passada na prisão. Ambas as obras se sustentam na sua experiência, procurando chegar assim mais facilmente aos jovens que já se encontram em risco.
Simultaneamente, lança o Projecto de Internet para a Paz nas Ruas, em que liga jovens de bairros problemáticos da Califórnia e da Suíça, bem como de outros pontos do globo, incentivando-os à aprendizagem através do uso de computadores e à troca de experiências que os possa levar a evitar a vida de violência nas ruas.
Com o trabalho efectuado, Stanley Williams já tinha sido nomeado 5 vezes para o Prémio Nobel da Paz e 4 para o Nobel da Literatura, pelo seu trabalho com estes jovens em situações de risco.
A campanha que a AI desenvolveu foi no sentido de, através do envio de cartas ao governador da California, adiar a sua morte.
Nunca na minha vida pensei em enviar uma carta ao "Conan" a pedir que poupasse a vida de alguém que tentava imendar os seus erros da forma como Stanley Williams o fazia.
"Conan" mais uma vez foi impiedoso e mandou seguir a pena...